Em torno de 800 quilos de sementes foram doadas por meio do Projeto Reconstrução Agroecológica no Sul do Brasil
O último verão do Rio Grande do Sul ficará marcado por temperaturas acima da média, três ondas de calor e pouca chuva. Sob esta condição mais uma vez extrema, agricultoras e agricultores do Núcleo Serra Gaúcha da Rede Ecovida de Agroecologia experimentaram semear crotalária, milheto, feijão de porco, mucuna e girassol para proteger a vida do solo.
Em torno de 800 quilos de sementes foram doadas por meio do Projeto Reconstrução Agroecológica no Sul do Brasil, pensado pelo Centro Ecológico com apoio do Fundo de Agroecologia, após as chuvas de maio e junho de 2024. “Está ajudando muito porque protege desse sol forte, pra não atingir o solo. Em algumas áreas está sendo feito o acabamento dela (da adubação verde) pra proteger contra o sol e contra a chuva, melhorando a qualidade do solo e a matéria orgânica”, relatou Maiara Marcon sobre a fase de crescimento do guandu, milheto e dois tipos de crotalária plantadas em fevereiro na propriedade da família, em Capela Santo Antão em Vila Segredo interior de Ipê.
Também em Vila Segredo, na Capela Santa Catarina, Sandra Campagnollo semeou crotalária, mas infelizmente em razão da seca não vingaram. “O milheto consegui fazer uma boa adubação de solo, as verduras estão crescendo lindas”, observou a agricultora, já no final de março.
Para o técnico Volmir Campagnollo, este trabalho com a adubação verde, principalmente a de verão, está em fase de investigação. “Em certas propriedades nasceram todas as sementes certas. Em outras nasceu metade. Então a gente está tentando identificar o que tem de diferente de uma propriedade para outra, no solo ou manejo. Estamos vendo bons resultados e os agricultores estão gostando. Então, acho que isso que é a parte mais importante. Eles estão abraçando a ideia,” comenta.
Núcleo agroecológico
Formado por 30 grupos de agricultura ecológica distribuídos em 39 municípios da região, a Serra Gaúcha é um dos 34 núcleos da Rede Ecovida de Agroecologia. É por meio de seus núcleos regionais em 412 municípios, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que a Rede Ecovida busca promover o desenvolvimento da agroecologia como proposta de viabilidade econômica e social das famílias agricultoras.
Fonte: Centro Ecológico