O hospital nasceu em 1934, no mesmo ano da emancipação do município
Os 90 anos do Hospital São Carlos foram celebrados em sessão solene na Câmara Municipal de Farroupilha na noite desta segunda-feira (18). Na oportunidade, a superintendente-geral da instituição, Janete Toigo D’Agostini, recebeu uma placa comemorativa das mãos do presidente da Casa, vereador Davi de Almeida. Um novo momento, marcado por investimentos, esteve em destaque nas falas feitas na tribuna.
O hospital abriu as portas no dia 17 de fevereiro de 1934, sendo fundado por 142 famílias. Atendia casos mais simples dos moradores do então 2º Distrito de Caxias do Sul. Mas, naquele mesmo ano, no dia 11 de dezembro, a comunidade se emancipou, dando origem a Farroupilha. Assim, lado a lado, hospital e município, nasceram praticamente juntos e acompanharam o desenvolvimento um do outro.
O vereador Calebe Coelho falou em nome do Legislativo municipal, evidenciando a história do São Carlos. “O hospital enfrentou momentos difíceis, mas também deu início a um processo de reestruturação que resultou, em 2018, no primeiro exercício com superávit após nove anos consecutivos de déficit. Isso foi possível graças ao empenho da gestão e de toda a comunidade que se uniu para salvar e fortalecer a instituição”, destacou.
A superintendente-geral relacionou conquistas obtidas ao longo de 2024, como a inauguração do Centro de Especialidades; a superação de dificuldades logísticas por conta das enchentes; a realização de uma cirurgia endoscópica de coluna transmitida em um evento de Medicina, com médicos dos Estados Unidos e da Alemanha operando no São Carlos; uma nova terapia com células-tronco no combate à dor e a realização da primeira cirurgia robótica de coluna da Serra Gaúcha com o Robô Mazor. Além disso, o HBSC conquistou pelo terceiro ano consecutivo o selo de UTI Eficiente, figurando entre as melhores do país, bem como o certificado de Guardiões da Central, da empresa 3M, que evidencia as boas práticas de esterilização e o Selo Ouro da Unimed Serra Gaúcha.
No momento, o hospital está realizando obras para a reconstrução de fossas sépticas e de todas as calçadas ao redor da instituição, promovendo mais segurança para quem precisa acessar os serviços de saúde, especialmente cadeirantes e pessoas com deficiência visual. Além disso, instalou um novo reservatório para armazenar 50 mil litros de água da chuva, ação que se soma ao uso de gás natural e de energia elétrica obtida por células fotovoltaicas na busca por uma instituição não só financeiramente viável, mas ecologicamente correta.
Dentre as novidades anunciadas, Janete evidenciou a obra de ampliação do centro cirúrgico, cujo projeto já está pronto, em fase de captação de recursos junto ao governo do Estado. Serão construídas três novas salas, sendo uma específica para cirurgias robóticas. “Todos os nossos esforços são em nome dos pacientes. Nossas qualificações constantes são em nome da segurança do paciente. Nós vamos avançar e com tecnologia. Ainda não nos livramos de todas as dívidas, mas agora é um novo momento, focado em investimentos”, reforçou.
O prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin, evidenciou o papel do município nessa construção e agradeceu a todos os funcionários do hospital. “Somos referência para 34 municípios do Rio Grande do Sul não para que deixemos de atender a nossa população e atendamos outros, mas para que o farroupilhense não precise se deslocar para outro município para ter atendimento. Nunca fiz intervenções que pudessem prejudicar a administração, pois quem sabe o que precisa ser feito é a equipe do hospital. Que venham os próximos anos”, salientou.
Infraestrutura para avançar
O hospital ocupa uma área de 5 mil metros quadrados, no coração de Farroupilha. São 130 leitos para internação, 20 leitos de UTI adulto, centro cirúrgico, centro obstétrico e leitos para saúde mental. Há ainda ambulatório de especialidades com salas de procedimentos, Centro de AVC e pronto-atendimento e emergência 24 horas. O HBSC é referência em traumato-ortopedia em alta complexidade para 34 municípios gaúchos, área que abrange mais de 500 mil pessoas e realiza, em média, 10 mil internações e 35 mil atendimentos de emergência por ano.
O parque tecnológico conta com equipamentos de última geração. De 168 aparelhos, em 2017, saltou para 804 em 2024. Isso inclui microscópios para cirurgias de traumato-ortopedia, endoscópio de coluna, torres de vídeo full HD, eletrocardiógrafo sem fio, lipoaspirador de alto desempenho, aparelhos de anestesia com analisador de agentes anestésicos e índice de sedação, entre outros.