Queda da ponte de ferro de Nova Roma do Sul completa um ano

Publicado em 04/09/2024
por Taís Vargas

Uma nova ponte denominada Nossa Senhora de Caravaggio foi reconstruída em 138 dias

Há exatamente um ano uma catástrofe atingia Nova Roma do Sul com a queda de sua histórica ponte de ferro que ligava o município a Farroupilha, o que gerou prejuízos econômicos e a preocupação de uma população que possui o Hospital São Carlos como sua instituição de Saúde de referência.

Com a impossibilidade da construção de uma ponte provisória e a burocracia do Estado para reconstruir uma nova, o município se uniu a população da região para angariar fundos para sua reconstrução.

ASSOCIAÇÃO AMIGOS DE NOVA ROMA

Diante desta catástrofe nasceu a Associação Amigos de Nova Roma do Sul criada por empresários e sociedade local e através da realização de campanhas, rifas e ações arrecadaram recursos para a reconstrução de uma réplica da Ponte.

Ao todo, a Associação arrecadou R$ 8.595.882,73 provenientes de recursos da iniciativa privada e doações. O custo da ponte era orçado em R$ 5.643.954,51 e o restante foi destinado a melhorias em seu entorno. A estrutura foi reconstruída em tempo recorde de 138 dias, sendo inaugurada no dia 20 de janeiro deste ano e denominada de Ponte Nossa Senhora de Caravaggio.

Inauguração da ponte no dia 20 de janeiro Foto: Rádio SOlaris

A Associação se tornou referência da união de pessoas em prol de um único objetivo sem envolvimento político ou demais interesses e já foi homenageada pelas Câmaras Municipais de Nova Roma do Sul e Nova Pádua.

Também participaram do Fórum Liberal 2024 na faculdade Mackenzie de São Paulo em que representantes palestraram para os presentes sobre o tema: Soluções privadas para problemas públicos.

O presidente da Associação, Tranquilo Tessaro salienta que após a reconstrução da ponte devido aos problemas enfrentados na última enchente a Associação não conseguiu dar prosseguimento em uma série de melhorias planejadas para o local, mas que até o final do ano a expectativa é de que obras sejam realizadas no local.

Tessaro pondera que apesar da estrada receber um grande fluxo de veículos após as chuvas estar afetada a ponte está cumprindo seu papel, mas demonstra preocupação com a rodovia. “Estamos preocupados porque o governo do Estado ainda não fez nada e não sabemos o que pode acontecer com a nossa rodovia que está seriamente comprometida.”

O Governo do Estado se comprometeu a elaborar um projeto para a construção de uma ponte sobre o Rio das Antas. Segundo o comunicado enviado ao município, em agosto do ano passado, a extensão total da obra seria de 180 metros, com custo estimado de 25 milhões e estaria programada para ser concluída até dezembro deste ano.

GESTÃO EM MEIO A “CRISES”

Em meio a crise econômica e demais consequências que a queda de uma ponte histórica trouxe ao município, o prefeito de Nova Roma do Sul Douglas Pasuch também enfrentava uma batalha contra sua saúde.

Pasuch foi diagnosticado com a síndrome Guillain-Barré o que lhe trouxe dificuldade de locomoção, na fala e acabou atingindo alguns nervos de sua face.

A síndrome é um distúrbio autoimune, ou seja, o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. É geralmente provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos.

Prefeito de Nova Roma do Sul Douglas Fávero Pasuch

O gestor destacou que mesmo em um momento delicado de sua saúde seguiu comprometido em reerguer a ponte junto a população. “Quando fui diagnosticado o médico solicitou minha internação para que o tratamento fosse realizado com garantia e sem nenhum risco. Falei para ele que se fosse internado eu não conseguiria me recuperar e estando aqui junto a comunidade, podendo construir a ponte e encarando o problema de frente acredito que foi o que me ajudou a superar essa fase. Ainda tenho alguns sintomas, porém 90% eu consegui me curar dessa doença,” ele conta.

O representante do Executivo não mediu esforços para junto a Associação e a população recuperar a ponte e evitar maiores prejuízos ao município. “Foram 138 dias sem a ponte e agora 228 dias com ela e se nós juntamente a comunidade não tivéssemos a reconstruído provavelmente hoje não teríamos mais atividade econômica. Tivemos um prejuízo muito grande sendo em torno de R$ 150 mil reais por dia e reconstruí-la foi uma grande alegria para nós,” pontuou Pasuch.