Unimed alerta para importância da vacinação no combate às hepatites virais

Publicado em 22/07/2024
por Igor Panzenhagen

Hepatites A e B podem ser prevenidas através da vacina

Muitas vezes silenciosa, as hepatites matam mais de 3,5 mil pessoas por dia, em todo o mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Às vésperas do dia 28 de julho, Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, a Unimed Nordeste-RS alerta para a importância da vacinação e de cuidados básicos para a prevenção. O vírus é representado pelos tipos A, B, C, D, e E, que causam infecção no fígado, ocasionando desde complicações leves, moderadas até casos mais graves.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são os tipos A, B e C. A infectologista cooperada da Unimed, Dra. Lessandra Michelin, explica que cada uma delas possui transmissões diferentes. Os tipos A e E são transmitidos por via fecal-oral, por meio da ingestão de bebidas e alimentos contaminados com o vírus. As hepatites B e C podem ser propagadas por via sexual. Objetos como lâminas de barbear, escovas de dente e seringas favorecem a transmissão do vírus da doença. No tipo B, também ocorre a transmissão vertical, na gravidez, de mãe para filho.

Dra. Lessandra Michelin informa que, por vezes, os sintomas passam despercebidos e, em muitos casos, nem chegam a se manifestar, o que dificulta a busca por tratamento.

“Os sintomas são bastante inespecíficos. Muitas vezes as pessoas têm febre, dor no corpo, mal-estar e o que apresentam em comum é o comprometimento hepático, com lesões no fígado. Então, é normal as pessoas ficarem com icterícia – pele e mucosas amarelas – e ter dor abdominal contínua”, explica a infectologista.

A médica reforça que o controle do vírus passa pelo poder de vacinação, entretanto apenas as hepatites A e B possuem imunizantes, disponíveis para todas as faixas etárias.  A luta contra as hepatites virais também faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A meta visa eliminar em 90% a proliferação do vírus até 2030.

“Um dos desafios enfrentados pelos profissionais da saúde é a desinformação sobre a doença e a importância da prevenção. Além disso, o tratamento precisa ser feito de forma correta e precoce. É fundamental que a imunização, por meio das altas coberturas vacinais sejam retomadas, tanto da hepatite A quanto da B, para que consigamos o menor impacto dessa doença tanto na população exposta, quanto em bebês que nascem com a doença”, ressalta Dra. Lessandra.

O diagnóstico das hepatites virais é realizado por meio de exames de sangue específicos. O tipo C, por exemplo, em muitos casos, não apresenta sintomas, portanto recomenda-se a testagem às pessoas que tiveram relações sexuais sem proteção.  O Ministério da Saúde estima que 520 mil pessoas tenham hepatite C, mas ainda não realizaram o teste.

Medidas de prevenção

  • A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir a hepatite A e B. A vacina contra a hepatite B, por exemplo, é recomendada para todos os recém-nascidos;
  • A hepatite A é transmitida principalmente por meio do consumo de água e alimentos contaminados. Portanto, é necessário manter boas práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente e consumir alimentos de fontes seguras;
  • A hepatite B e C podem ser transmitidas por via sexual. O uso de preservativos é uma medida preventiva fundamental para reduzir o risco de infecção;
  • Objetos como lâminas de barbear, escovas de dente e seringas podem transmitir hepatite B e C. Não compartilhar esses itens é essencial para a prevenção;
  • Realizar testes de detecção de hepatite, especialmente para os tipos B e C, é importante para identificar infecções precoces e iniciar o tratamento adequado. Pessoas que pertencem a grupos de risco, como usuários de drogas injetáveis e profissionais da saúde, devem fazer testes regularmente;
  • Melhorar a qualidade da água e do saneamento básico é fundamental para prevenir a hepatite A e E, que são transmitidas por via fecal-oral.

Fonte: CDC Hepatites Virais